8h00 - 10h30: Atendimento com crianças na clínica da faculdade. Gostei bastante do dia de hoje, acho que fizemos uma aplicação legal do que nos foi sugerido. O único problema foi umas coisas erradas no relatório que vamos ter que corrigir porque eu entendi que era pra ter tirado uma parte e no fim não era.

10h30: Saindo da clínica passei na exposição de obras de arte dos pacientes dos CAPS (alcóol & drogas, infantil e adulto) que está tendo na minha faculdade. No meio dessa semana intensa de sentimentos ruins, aquela exposição me transmitiu muita calma e, de certa forma, segurança. A mensagem que me transmitiu foi a de que independente de todos os fatores internos e externos, bons ou ruins, o interior sempre é rico e o ser humano, produtivo.




10h40 - 11h40: Fui pra biblioteca e terminei de ler o livro que eu tinha pego pra discutir com a professora, só que eu ando tendo aquele problema ansioso de não conseguir tomar a iniciativa do que eu sei que tenho que fazer por me sentir insegura, então se passaram 2 semanas e eu acabei não falando com ela. Isso que no dia seguinte mesmo eu já pesquisei tudo o que ela tinha me pedido para pesquisar e depois ainda li o livro que ela indicou pra me preparar. Já tá tudo pronto, mas entrei nesse looping de ficar fugindo do que eu sei que vai dar certo. Eu tô bem decepcionada comigo por não ter saído disso ainda, mas também sei que ficar me punindo e pensando mal de mim só vai atrapalhar. Pretendo amanhã sem falta escrever um e-mail pra ela marcando uma reunião e já falando sobre alguns pontos, assim não tem como eu fugir.

12h00: Almocei arroz, carne de panela e couve-flor frita com ovo. Não foi a refeição mais saudável, mas ficou lá na média. Também ando decepcionadíssima com não ter entrado na dieta ainda, mas de novo, ficar me autoflagelando não vai resolver nada. A única opção é me colocar em movimento. Por isso pretendo pesquisar a nutricionista amanhã também (no final do post farei uma lista com as metas principais).

14h00 - 15h00: Terapia. Falei de tudo isso, sobre estar decepcionada com as coisas mais importantes que me programei para fazer e não fiz, mas também reconheci que não deixei de fazer minhas outras obrigações e no geral tenho aproveitado bem meus dias. Apesar da angústia e da tristeza, consigo perceber as diferenças de perspectiva que a terapia e as últimas experiências me proporcionaram. Por exemplo, consigo reconhecer que estou decepcionada pelo que não fiz, mas isso não me impede de reconhecer o que eu já tenho feito. Também já não atribuo toda a responsabilidade unicamente a mim, sei que tiveram vários acontecimentos essa semana que me atrapalharam (não pude ficar 1 tarde inteira em casa porque estava ajudando minha mãe) e o tempo que passei em casa usei para resolver outras obrigações da faculdade. Antes a percepção desses fracassos imediatamente levariam a uma única conclusão: sou incapaz, preguiçosa e não fiz nada a semana inteira. Agora consigo perceber que pensar no que eu já fiz e reconhecer minha capacidade de fazer é muito mais justo e motivador do que atribuir a mim características definitivas que me enfiariam ainda mais na zona de conforto.

15h20: Eu estava havia um tempo com vontade de tomar um milk-shake, então saí da terapia e comprei um. O recado que eu queria transmitir ao meu cérebro era o seguinte: "Esse milk-shake é a ÚLTIMA coisa que estou com vontade de comer e eu vou comer para que não fique me assombrando e eu possa finalmente começar minha dieta. Toda vontade que vier depois disso vai ser entendida como desnecessária!!"
Eu sei que as coisas não são simples assim (inclusive já estou com vontade de comer outras coisas), mas fiquei muito feliz por ter tomado aquele milk-shake de Negresco.

18h00 - 20h00: Depois o resto do dia foi meio que um borrão. Sei que fiquei acordada até umas 18h e no fim das contas acabei dormindo. Sinto que somou o cansaço do final de semana + o cansaço de sexta por entrar mais cedo + o esgotamento da terapia.

Lembro de ter dormido e acordado algumas vezes, mandei umas mensagens pro grupo do TCC e estava me sentindo bem triste porque o A. ainda não tinha respondido umas mensagens (mas ele estava respondendo no ritmo normal). O último sonho que eu tive envolveu o A. se recusando ir a um show comigo (queria chamar ele e umas outras pessoas pra assistir a um especial da Elis Regina amanhã, mas não estava com coragem) e me dizendo que percebeu que não tinha mais o que se desenvolver entre nós e por causa disso ele ia escolher com quem vai ficar a partir de agora (ele só tá ficando comigo). Uns parentes que não gosto estavam no sonho e eu estava me sentindo bastante solitária no meio deles, sem conseguir sair para o show porque o A. tinha me recusado. Era exatamente o sentimento que eu tinha antes de conhecer o A. e trabalhar no SESC (foi aquela época terrível em que me apaixonei pelo T. também).

20h30 - 00h00: Depois disso eu acordei na intenção de lavar o cabelo, mas acabei não fazendo nada até a hora de resolver dormir de novo. Troquei umas mensagens com o A. e contei do sonho.

Aliás, quele meu tio que foi atropelado ainda está internado. Passou por uma cirurgia e agora está num quadro estável.

Hoje foi um dia de bastante reflexão. Percebi que estou mais segura do que estava ontem em relação ao que tenho que fazer. Também compreendo que tenho que fazer algumas escolhas para não me sobrecarregar.

Essas são as coisas que pretendo fazer amanhã, sem falta:
• enviar e-mail para a professora
• procurar nutricionista
• ir ao grupo de estudos no hospital

Eu ia a um outro grupo mais cedo sobre Lacan que comecei a frequentar mês passado, mas resolvi abandonar em prol do que vai começar agora no mesmo dia.

E para o resto da semana devo fazer 3 coisas:
• escrever a introdução do TCC
• comer mais proteína e legumes
• me informar sobre ONGs com psicólogos